Em
novembro de 1993 - também não me lembro exatamente a data, haveria uma
etapa do Sul Americano de f3. Era a estréia de Hélio Castroneves na
equipe do Amir Nasr. Ele vencera a sua primeira corrida em Londrina,
duas semanas antes pela Corpal, de forma heróica. Fiquei fã do cara e
sou até hoje. O ingresso era um quilo de alimento não perecível. Fui aos
treinos e convidei o meu amigão, João Batista Retamar Corrales
(Abração pra você, meu amigo!) para acompanhar-me nessa jornada. Não
sabia que ele havia mudado de equipe e fiquei perto dos boxes da
Corpal. Depois, claro, situei-me. Nesse meio tempo, cometi inúmeras
gafes, do tipo, chamar o Rubem Fontes de Tarso Marques... No final,
após obter a pole-position, fui atrás do Helinho, muito assediado pela
imprensa, toquei-o no ombro e disse-lhe: - Parabéns pela pole! Vi sua
vitória em Londrina! Sou seu fã! Ele, surpreso, sorriu, e agradeceu...
Sinceramente!
João chamou-me de louco e temia que fôssemos expulsos dali. Não conseguia ouvir nem enxergar nada... Êxtase!
No
dia seguinte, tracei uma estratégia para entrarmos sem convite nos
boxes e acompanhar de perto a corrida... - João, fique calado... Deixe
comigo! - Chegando lá, apresentei os ingressos de arquibancada sem
levar um grama de alimento (não tinha um tostão!) ao invés dos convites
para acesso aos boxes e, papo vai, papo vem, o segurança disse: -
Olhe... Pode entrar... Mas, não seja percebido lá dentro, ok? - Fiquei
feliz da vida e o João incrédulo no que acabara de acontecer... A
próxima missão é passar para a mureta dos boxes, onde os componentes
das equipes mostram placas contendo informações aos seus pilotos.
Antes, falei com o César Pegoraro "Bocão", com o Luis Carlos Largo e o
Lito Cavalcanti. Claro, peguei autógrafo dos três e os guardo com
carinho até hoje, após 19 anos. Depois eu digitalizo para colocar aqui
na página. Houve uma corrida de moto preliminar e o vencedor estava
comemorando nos boxes. Falei para o meu amigo que era o momento de
atravessarmos para a área do pit lane. Depois de 5 minutos, estávamos
na mureta da pista junto ao pessoal da equipe do 'Mimmo'
Schiattarella acompanhando a movimentação dos carros rumo ao grid,
largada, desenrolar da prova, e a chegada. No fim, debaixo de chuva,
após uma vitória magnífica de ponta-a-ponta, Helinho subiu ao pódio
ergueu o troféu, abriu o champagne e derramou em mim... Soou como
agradecimento pelas palavras que havia dito no dia anterior... Para
mim, um prêmio pelo esforço para acompanhar de perto alguém que
admirava antes mesmo do sucesso que estava por vir... Valeu, Helinho!
Ontem, Hoje e Sempre! Torço por você!